Capítulo 2: As Guardiãs do Segredo
O alvorecer pintou o céu com tons de rosa e laranja enquanto Perseu se despedia de sua mãe. Danae, com os olhos marejados, o abraçou com força, sussurrando palavras de encorajamento e amor. Perseu, apesar do medo que lhe apertava o peito, sentia-se fortalecido pelo amor de sua mãe. Ele partiu com a determinação de um leão, carregando consigo a esperança de libertar Danae das garras do cruel Polidectes.
Seu único guia era o desafio imposto pelo rei: encontrar e decapitar a Medusa, a górgona cujo olhar transformava homens em pedra. Mas por onde começar? Perseu não fazia ideia de onde encontrar essa criatura lendária.
Caminhou por dias, seguindo trilhas tortuosas que se perdiam na vastidão da floresta. Alimentava-se de frutas silvestres e dormia sob a copa das árvores, sempre atento aos perigos que espreitavam nas sombras.
Certa tarde, encontrou um velho lenhador que cortava madeira à beira de um riacho. Perseu aproximou-se, esperançoso de obter alguma informação.
"Por acaso o senhor já ouviu falar da Medusa?", perguntou Perseu, com a voz cansada.
O lenhador interrompeu seu trabalho e olhou para Perseu com surpresa. "A Medusa? A górgona que transforma homens em pedra? Claro que já ouvi falar! Mas quem em sã consciência ousaria procurá-la?"
Perseu contou ao lenhador sobre o desafio imposto pelo rei Polidectes e sua missão de salvar sua mãe. O lenhador, comovido com a história do jovem, deu-lhe uma pista.
"Dizem que as únicas criaturas que sabem a localização da Medusa são as Greias, três irmãs que vivem no coração da floresta. Elas são velhas e decrépitas, e compartilham um único olho e um único dente. Mas cuidado, jovem, elas são perigosas e traiçoeiras!"
Perseu agradeceu ao lenhador e seguiu as instruções, adentrando ainda mais na floresta. Após horas de caminhada, chegou a uma clareira escura e sombria, onde três figuras grotescas se amontoavam em volta de uma fogueira. Eram as Greias, com suas faces enrugadas, cabelos desgrenhados e corpos deformados.
Perseu aproximou-se com cautela, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. "Górgonas Greias", disse ele, com a voz firme, "eu imploro que me revelem a localização da Medusa."
As Greias se viraram para Perseu, seus rostos se contorcendo em sorrisos malignos. Uma delas, com uma voz rouca e gutural: "Informação tem seu preço, jovem. O que nos oferece em troca?"
Perseu vasculhou seus bolsos, mas só encontrou algumas moedas de cobre. "É tudo o que tenho", disse ele, estendendo as mãos.
As Greias examinaram as moedas com desprezo. "Isso não é suficiente", disse uma delas. "Podemos lhe oferecer armas poderosas ou conselhos sábios. Escolha com cuidado."
Perseu olhou para seu machado, rústico e inadequado para enfrentar uma górgona. "Preciso de armas", decidiu.
Num piscar de olhos, as Greias lhe entregaram um escudo redondo e empoeirado, uma espada afiada como navalha, um elmo de bronze e sandálias de couro resistentes. E, por fim, revelaram a localização do covil da Medusa, uma caverna escura e úmida, escondida nas profundezas de um desfiladeiro.
Perseu, armado com as armas e a informação crucial, agradeceu às Greias e partiu em direção ao seu destino, sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros. Ele sabia que a batalha contra a Medusa seria a mais difícil de sua vida, mas a lembrança de sua mãe e a esperança de libertá-la lhe davam forças para seguir em frente.
Gostou? conheça mais de perto
-> Conheça também a Coleção Mitologia Ilustrada para Jovens Leitores
Até!
Felipe da Editora Companhia de Jesus